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sexta-feira, 5 de julho de 2013

5 revistas brasileiras são acusadas de trapacear em citações

Cinco revistas científicas brasileiras foram excluídas do Journal Citation Reports, índice internacional de publicações científicas, acusadas de inflar citações

Cientista forense trabalhando com amostras em um laboratório em Londres, na Inglaterra

Quatro revistas brasileiras de medicina e uma de zootecnia foram suprimidas do Journal Citation Reports (JCR), índice internacional de publicações científicas. Elas são acusadas de usar truques para elevar, de forma irregular, o número de citações dos artigos publicados. 
As publicações excluídas são “Clinics”, da Faculdade de Medicina da USP, “Jornal Brasileiro de Pneumologia”, “Revista da Associação Médica Brasileira”, “Acta Ortopédica Brasileira” e “Revista Brasileira de Zootecnia”. 
O JCR é produzido anualmente pela Thomson Reuters e é parte do portal Web of Knowledge, de acesso restrito a pesquisadores. O catálogo lista 11 mil publicações científicas de 83 países, incluindo dezenas de revistas brasileiras, junto com dados estatísticos sobre elas.
Um dos dados mais importantes é o número de vezes que os artigos publicados são citados por outras revistas. Essa informação é expressa de várias maneiras, incluindo o chamado fator de impacto, que mede o número médio de citações por artigo. 
Quanto mais alto é o fator de impacto, mais prestígio tem aquela revista ou jornal no meio científico. As cinco revistas brasileiras fazem parte de uma lista de dezenas de títulos que foram excluídos da edição deste ano. Eles são acusados de elevar o número de citações de forma desleal.
“Encontramos, nos títulos suprimidos, padrões anômalos de citações que resultam em distorção significativa do fator de impacto. Assim, o ranking não refletiria o desempenho dessas publicações em citações de forma precisa”, diz um texto explicativo da Thomson Reuters.
Em outro documento, a empresa descreve os critérios para a eliminação de publicações do catálogo. As situações que podem levar a essa exclusão são duas. A primeira é a autocitação excessiva, quando artigos fazem referências demais a outros artigos da mesma revista. 
A segunda é quando uma publicação tem um elevado percentual de citações vindo de uma mesma revista. A situação se agrava quando essa outra revista também recebe muitas citações da publicação suspeita. 
Na visão dos editores do JCR, o número elevado de citações mútuas seria um indício de que as publicações estariam trabalhando juntas de forma desleal para elevar o número de citações de ambas. 
Para Olavo Pires de Camargo, editor-chefe da Acta Ortopédica Brasileira, houve exagero dos editores do JCR. “Só há duas revistas de ortopedia no Brasil, a nossa e a Revista Brasileira de Ortopedia. Quando publicamos um artigo de revisão, as citações tendem a se concentrar nessas duas. Foi isso que incomodou o pessoal do JCR", disse ele a EXAME.com.
"A suspensão aconteceu por causa de um único artigo. Ela não tem muita importância para nós. Mas vamos enviar uma retratação ao pessoal do JCR. No ano que vem estaremos de volta à lista”, completa Camargo.
EXAME.com tentou entrar em contato com as demais publicações afetadas mas ainda não obteve resposta. Quando tivermos outras informações, vamos atualizar este texto.

Maurício Grego

Fonte: http://exame.abril.com.br/ciencia/noticias/5-revistas-brasileiras-sao-acusadas-de-inflar-citacoes?page=1 



Cidades com mais livrarias são as que mais compram livros pela web


Os maiores compradores virtuais de livros no Brasil estão exatamente nas áreas mais abastecidas por lojas físicas --embora o comércio eletrônico seja sempre lembrado por especialistas em leitura como alternativa para áreas onde não há livrarias.
Das dez cidades que mais compram livros pela internet no país, nove estão na região Sudeste, segundo levantamento per capita realizado pela Livraria Saraiva, a maior do país, a pedido da Folha.
O levantamento cobriu todas as cidades brasileiras e considerou o período de junho de 2012 a maio de 2013.
 A lista é liderada por Niterói (RJ), São Caetano do Sul (SP) e Vitória (ES), três municípios entre os 50 com o maior Produto Interno Bruto (PIB) do país e que têm, respectivamente, uma livraria para cada 21 mil, 19 mil e 18 mil habitantes --a média nacional é de uma livraria para 63 mil.
O ranking da venda específica de e-books é similar, mas com Santana do Parnaíba (SP) liderando a lista, seguida de Niterói, Florianópolis (SC), São Caetano do Sul e Vitória.
Na Saraiva, o e-commerce representa hoje 34% das vendas da rede, que tem 104 lojas físicas no país. Já na Cultura, o comércio via internet chega a 22% do total. Em ambas, a loja on-line é a que mais cresce em toda a rede.
Para livreiros que trabalham com venda pela internet, é nítida a diferença no comportamento dos consumidores em cidades onde as lojas físicas estão presentes.
"O e-commerce não é só conveniência para quem não tem acesso a outros canais. Sempre que abrimos loja numa cidade, aumenta a compra on-line local", diz Sergio Herz, CEO da Livraria Cultura.
Fabiano dos Santos, subdiretor no centro de fomento à leitura na América Latina da Unesco, diz desconhecer estudos sobre o impacto das livrarias na formação do hábito de leitura, mas vê aí "boa agenda de investigação".
"A livraria tem função social na democratização do acesso e na promoção da leitura. Todo livreiro é ou deve ser um mediador cultural."
Para Eliana Yunes, diretora da Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio, os dados fazem pensar no limite da democratização da leitura permitida pela internet, até pelo fato de a inclusão digital também ser maior em áreas mais ricas.
"Quanto mais diversificados os canais de compra, melhor para a população. Mas quem não tem acesso a livrarias e bibliotecas dificilmente solucionará um déficit de leitura com o computador. A esses foi negado o aperitivo, o gosto de experimentar."
NORDESTE
O Nordeste é a segunda região mais bem colocada na compra de livros on-line, embora seja a terceira região com mais livrarias, atrás do Sul.
Entre os 50 municípios que mais compram pelo site da Saraiva, na contagem per capita, 29 são do Sudeste, 11 do Nordeste, cinco do Sul, dois do Centro-Oeste, dois do Norte e um do Distrito Federal.
Na Saraiva e na Cultura, o Nordeste foi a região em que a compra on-line mais cresceu em 2012, acompanhando tendência de crescimento do PIB local (2,05% no primeiro trimestre) na comparação com o resto do país (1%). "O Nordeste foi uma opção federal em termos de investimento. Isso se reflete na compra de livros", diz Frederico Indiani, diretor de compras da Saraiva.

Por: RAQUEL COZER

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/06/1301704-cidades-com-mais-livrarias-sao-as-que-mais-compram-livros-pela-web.shtml